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14/07/2015

Os Animais NÃO São Alimentos


QUANDO OLHO NOS OLHOS DE UM ANIMAL, EU NÃO VEJO UM ANIMAL. 
EU VEJO UM SER VIVO. 
EU VEJO UM AMIGO. 
EU SINTO UMA ALMA.

Os animais não são comida, são seres não-humanos que vieram partilhar este habitat connosco.

Todos devem ser amados, respeitados e preservados. A distinção que criamos entre os seres que se comem e os que se amam, na verdade não existe e é cruel. É uma limitação criada na nossa mente e no nosso meio cultural.

Os animais desempenham um papel muito importante na evolução do planeta e da humanidade. Existe uma consciência superior que une todas as coisas viventes, uma delicada interligação que envolve toda a vida do planeta.

Os animais são sencientes, ou seja, sentem amor, alegria, dor, sofrimento, têm as mesmas reações neurofisiológicas que os seres humanos e também têm consciência. 

Todavia, não têm voz e por isso a nossa missão é protegê-los. 

Sentir compaixão pelos animais contribui para alcançarmos a paz global de forma duradoura. 

Aliviar a dor e o sofrimento dos animais que foram abusados ou negligenciados, e ajudá-los a terem vidas mais felizes e alegres é a grande dádiva que lhes podemos oferecer.

29/12/2012

Alteração do Estatuto Jurídico do Animal Em Portugal

A vossa atenção para este movimento tão importante! PEDEM-SE TODAS AS ASSINATURAS POSSÍVEIS ATÉ AMANHÃ, DIA 30 DE DEZEMBRO

DÊEM O VOSSO APOIO AO MOVIMENTO DE PAULO [BORGES]

ALTERAÇÃO DO ESTATUTO JURÍDICO DO ANIMAL

"Este Movimento visa alterar o estatuto jurídico do animal no Código Civil, reconhecendo-o como um ser senciente, capaz de sentir dor e prazer psicofisiológicos.

Reconhecer a senciência do animal e deixar de o considerar como uma "coisa móvel" é o principal passo para proibir e punir os tremendos maus-tratos a que são sujeitos os animais em Portugal."



ASSINEM, PARTILHEM, DIVUlGUEM! Em nome do AMOR.





27/12/2012

A testemunha


Um testemunho profundo de um homem que nos confronta com a nossa ignorância, indiferença, desrespeito e crueldade para com os animais.

Amar os animais e reconhecer o seu direito à vida é a única opção ética do Homem que quer efetivamente evoluir e trazer a paz ao planeta.

Mude a sua alimentação e os seus hábitos. Não coma animais, não compre peles.

05/12/2012

Renunciar à gula, à vaidade, ao egoísmo - Por amor à vida e aos animais!

Não vivam na ignorância do que se passa, nem da forma como as indústrias exploram a nossa ingenuidade e desconhecimento. Os animais precisam que despertemos, que saibamos o que se passa, que deixemos os nossos sentimentos despertar e reivindicar a sua defesa. 
A indústria de animais para consumo é a mais violenta e cruel de todo o planeta. 
Vejam como provavelmente contribuem para ela e tomem uma atitude ética, consciente e compassiva. Os animais são seres sencientes e têm tanto direito à vida como os humanos.
Não os comam. Amem-os!

Vejam o vídeo: http://vimeo.com/51837094

11/10/2012

Especismo


Quando eu falo em não matar e não comer animais, muitas pessoas argumentam equiparando-os a vegetais. Mas em consciência, sei que não acreditam que mamíferos, legumes, aves,  frutas, sejam idênticos. Um cão, um golfinho e um cavalo, não são confundíveis com uma banana, uma beterraba, ou orégãos. Da mesma forma que um ser humano não se confunde com um repolho. Os animais são seres sencientes; simplesmente não falam, nem raciocinam da mesma forma articulada como nós o fazemos. Mas isso não os faz inferiores nem disponíveis para o que quisermos fazer deles.
O que são seres sencientes? Seres que sentem dor e prazer psicofisiológicos, e emoções afins às humanas, possuindo também consciência, conforme a recente Declaração de Cambridge:  http://fcmconference.org/img/CambridgeDeclarationOnConsciousness.pdf
Seríamos capazes de comer uma vaca depois de termos tido uma conversa em que ela nos contava como tinha sido afastada da sua cria à nascença, e que a mesma tinha sido imediatamente morta só para que ela - vaca - continuasse a dar leite para os humanos beberem? Uma conversa faria uma grande diferença... E é por causa dessa mudez que nós temos que ser a sua voz.
Pelo facto de os animais não falarem, não acederem à internet e de não terem a capacidade de destruir o mundo, nem de usarem armas para se matarem uns aos outros - como os humanos - consideramo-nos superiores. Mas não somos superiores na inocência, nem na autenticidade, nem na capacidade de viver em comunhão com a natureza e os seus ciclos. Nem talvez sejamos assim tão inteligentes como pensamos - temos usado as nossas capacidades cognitivas de forma gananciosa e competitiva, trazendo destruição e conflito ao mundo. 
Mas talvez estejamos agora em posição de mudar os paradigmas e focalizar a nossa energia na pacificação, tentando ver com clareza de intenções em que medida as nossas crenças, hábitos e opções, contribuem para o que - em consciência - não queremos nem para nós, nem para o planeta.
Podemos ter passado uma vida inteira à margem destas questões – conduzidos pela cultura vigente sem a questionarmos – mas depois de despertamos, sentimos um impulso para a mudança que não nos permite voltar atrás.
Habitualmente não comemos cão, cavalo, ou gato, porque os consideramos especiais. Mas na verdade, estudos científicos provam que os porcos, carneiros, vacas, etc., são igualmente especiais e estão ao mesmo nível de inteligência e sensibilidade que os animais ditos "de estimação". E ao facto de certos animais não serem "estimados" e de comermos uns em detrimento de outros, chama-se especismo. É uma escolha selectiva baseada num julgamento de falsas premissas, porque na verdade não temos qualquer direito de julgar e decidir que uns animais são para matar e outros para amar. Nem tão pouco os animais nos dão essa opção, eles não nascem com etiquetas "comam-me" ou "amem-me". 
O especismo assenta no mesmo princípio em que se baseia o sexismo, o racismo, o fanatismo religioso, e tantos outros "ismos". É descriminação, separatividade, medo, dominação, abuso. Numa palavra, violência.
É nossa a opção do futuro.

15/09/2012

O fim do especismo

"Foi decretado pela própria ciência o FIM do especismo - equívoco pelo qual alguns ainda insistem em teimar que os animais são seres "inferiores" ao homem, sem sentimentos ou incapazes de funções tal como a consciência e o sofrimento. Leia: http://fcmconference.org/img/CambridgeDeclarationOnConsciousness.pdf

A partir de agora já não é possível continuar a insistir nesse tipo de "argumentação" como tentativa de justificar o injustificável: o abate dos animais, o consumo da sua carne, a caça, a sua exploração como "diversão", o seu aprisionamento e confinamento, o uso das suas peles.

Uma versão abreviada do histórico documento de julho de 2012 de Cambridge, foi recentemente publicada também no Brasil em: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/quase-humanos"

14/11/2011

Um lugar para o amor (2)

Escrevi este texto em Março de 2009, mas hoje faz-me todo o sentido republicá-lo. 

[Anteontem] Numa entrevista sobre uma peça em cartaz, ouvi o João Mota dizer que "nos dias de hoje ama-se muito pouco". É verdade, ama-se pouco e mal o que é amável verdadeiramente.

A cultura urbana continua a amar demais o que não se leva para a cova e que não engrandece esta experiência de vida. Ama-se o superficial, os sinais exteriores, o status, o umbigo, a adulação, a auto-imagem. Ama-se a dissimulação, a mentira, as máscaras sociais, o jogo do oportunismo e do tirar partido, a visibilidade a que preço for. Ama-se muito uma pretensa esperteza e inteligência que anda a vigorar de forma prepotente e que tem as suas bases não na sabedoria, mas numa cultura informativa descartável diariamente; não no sentimento e sensibilidade, mas no raciocínio cartesiano e numa lógica matemática completamente desligados do núcleo emocional; não no humanismo de partilha e dádiva, mas num humanitarismo artificial, criado politicamente, no qual a solidariedade não é uma acção mas um conceito utópico, ou mesmo uma arma de luta em nada filantrópica.
Deixemo-nos de tretas. O amor embaraça. Até há quem o esconda e não é por medo que seja roubado, não. É por intimidação mesmo. Muitos olhos preferem ver o amor como uma fraqueza de espírito, porque o amor como força vital exige mudança, acção, transformação; é isso que nele intimida e amedronta. E a nossa resistência à mudança - que é profunda, brutal, irascível - rejeita-o na revolução e na verdade que ele exige.
Privilegia-se muito a agilidade mental, o discurso cerebral, a eloquência verbal. Toda a retórica política assenta aí. Os debates parecem-me festivais discursivos. Cada um tentando ser mais convincente do que o outro na busca de argumentação acusatório-defensiva.
Tão pouco inovadores, tão pouco originais, tão pouco convincentes humanisticamente. Tudo me soa a falso. Tudo me cheira a egos exarcebados.
Nada me convence (e provavelmente o mal estará em mim...) que sejam estes políticos cerebrais capazes de nos fazer sair desta crise social, moral, espiritual.
Como é que um político com uma mente completamente dissociada do sentimento poderá ser verdadeiro?
Para mim, e a menos que surja algum Mestre, a política patriarcal já deu o que tinha a dar. Apraz-me ver lugares de destaque ocupados por mulheres. Não sei se serão estas as mulheres; mas é a energia feminina a abrir caminho que me interessa, a que consegue aliar sentimento e razão e unificar pensamento, discurso e acção.
Precisamos de uma política que saiba nutrir, que saiba ouvir. Que seja menos orgulhosa, que saiba perder em razão para ganhar em paz. Que seja sentimental.
E só mesmo a mão do feminino encontrará na política um lugar para o amor.

09/10/2011

Ensaio sobre o amor

O amor existe em todo o lado e espera apenas ser encontrado e vivenciado. Ele manifesta-se de várias formas, esconde-se, espreita, dá-se a conhecer, avança, recua, às vezes exaspera, desespera, confunde. Todos nós o procuramos, pelas mais diferentes vias. Mas conseguiremos sempre reconhecê-lo e aceitá-lo? Estaremos sempre disponíveis para ele?
Cremos que sim. Mas quando esse ideal que tanto nos seduz se materializa no campo da relação interpessoal, tudo se modifica.
Ensinaram-nos que o oposto do amor é o ódio. Mas o oposto do amor é o medo. Este medo que tolhe e nos impede de evoluir.
O amor é uma energia muito forte, que tanto assusta, como fascina. Quando ele se instala quer-nos absorver por inteiro. E aí surge o medo da entrega que ele exige, dessa entrega tão grande que parece não caber no nosso peito, que nos faz imensamente felizes mas que também é um prenúncio de dor.
E os nossos mecanismos de defesa disparam imediatamente. Às vezes julgamos que nos irá aprisionar fazendo com que percamos a nossa liberdade; outras vezes criamos a ilusão de que é apenas um sentimento sem consequências; outras ainda, rejeitamo-lo porque o conotamos com dependência de afecto; e há quem chegue a recusá-lo, por ver nele o ponto de encontro de almas carentes e necessitadas, em busca de um elixir terapêutico. Crenças baseadas no medo.
O medo é fruto da actividade racional e da insegurança. Mas a partir do momento em que se instala, o amor está em maus lençóis: vai ser questionado, dissecado, posto em causa. Há esta necessidade, imposta pela formação cartesiana, de sobrepormos o cerebral ao sentimental, que nos fecha numa zona de conforto onde o desconhecido, por mais benéfico que possa ser, tem muita dificuldade em entrar antes de passar por todos os nossos sistemas internos de prevenção.
Mas também temos um lado intuitivo e mágico, que gosta de acreditar na versão divina de que o amor nunca se questiona: ele É, simplesmente. E é benigno, pacífico, transformador. Mas tal como nós, seres divididos entre o celestial e o terreno, o amor também tem o seu lado humano, com laivos de imperfeição, inquietude e desequilíbrio. Na verdade, nada do que é transformador é pacífico. As grandes mudanças são sempre alcançadas através do atrito da dualidade.
Crescemos a considerar que o amor, per si, é sério, responsável, perfeito, e sabe sempre qual é o melhor caminho.
Mas, e se ele para chegar à perfeição tenha, tal como nós, que se ir debatendo, pacificando, elevando? Talvez o amor não seja uma energia perfeita, mas que se aperfeiçoa através de nós. Tal como nós podemos aperfeiçoar-nos através dele.

01/04/2010

Renovação


É Abril, primeiro.
Mas o tempo renova-se sem enganos.
O universo não mente com as suas cores,
Nem o céu, nem as nuvens, nem o mar.
Em mim, a bonomia ressurge e olho-o amorosa,
Fundindo-me na imensidão do que é perfeito.
A vida agora revela-se, nua, alva, despida de mácula.
É Abril, o primeiro aqui, contigo.

15/03/2010

Vida e morte, o par eterno

Pergunto-me inúmeras vezes se quando falamos de vida e morte sentimos mesmo de que se trata apenas de um ciclo. Aceitamos quase poeticamente os ciclos de finitude e renascimento sucessivos da natureza - os Outonos e Primaveras que nos encantam - mas temos imensa dificuldade em aceitar essa finitude para nós próprios.

Aprendemos, ao longo da História, que todas as civilizações tiveram tradições espirituais e religiosas que acreditavam na vida para além da morte. Mas apesar de algumas dessas tradições ainda subsistirem, na sociedade moderna a crença profunda perdeu-se do colectivo cultural e não sustenta o nosso caminhar. Nós não somos efectivamente criados e orientados nesse acreditar, já não nos está na massa do sangue.
Quanto maior for o apego às coisas materiais, menor é a disponibilidade para as questões do espírito. De alguma forma isto explica-me porque se afastaram as sociedades de consumo das crenças filosofico-religiosas. Os deuses de agora são outros.
Talvez por isso nos amedrontemos tanto face à morte e, particularmente no ocidente, seja tão constrangedor pensar,  falar, ou mesmo encarar a sua presença.  Falta-nos o sentido. Por isso fazemos como a avestruz, enterramos a cabeça na areia e recusamos vê-la. É como se ela não fizesse parte da vida.
No entanto, o que dá sentido à nossa vida é, em última análise, o que dá sentido à nossa morte. Cumprimo-nos e fechamos o ciclo. Estarmos bem connosco e com os outros é tão essencial para a harmonia da nossa vida, como é vital para a serenidade necessária nos últimos momentos. Necessária para quem parte, para que parta com a consciência de missão cumprida; e para quem fica, para que viva com a consciência de que fez o que estava ao seu alcance e faça o seu luto em paz.

Se interiorizarmos que a morte pode chegar a qualquer momento os nossos dias serão mais ricos, porque essa consciencialização faz a diferença e leva-nos a conferir maior intensidade à nossa vivência, a buscar a nossa plenitude, a procurar curar e nutrir os nossos vínculos afectivos, a dar prioridade ao que dá sentido à nossa existência. Inclusivamente, confere-nos maior sentido prático em assuntos que poderão ser problemáticos para quem nos sobrevive.
E isto só é possível pelo afecto, pelo diálogo, pelo desfazer de tabus e preconceitos, e pelo confronto com o medo.

"Viver Não Dói" (Excerto)
Carlos Drummond de Andrade

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.
(…)
A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-nos do sofrimento,
perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável,
O sofrimento é opcional.

28/12/2009

Olhas-me, logo existo

Um homem pode alcançar tudo na solidão, excepto um carácter.
Stendhal

Tomei de empréstimo ao Gigante Egoísta esta reflexão, por me fazer tanto sentido na construção do Ser que nos prometemos cumprir através do olhar amoroso do outro.
O meu ser que se reverencia perante o teu, dá vida e valida a tua existência.

"(...) A asserção de Stendhal traduz a noção de que o nosso carácter nasce nas reacções dos outros a nós próprios. Isto implica que necessitamos dos outros para nos sentirmos completos.

Sentirmo-nos completos lembra-nos a ideia aristofânica da cara-metade proposta no banquete platónico. O ponto a que quero chegar é que o amor é a função através da qual nos podemos sentir completos. O amor permite um feedback contínuo, que funciona como uma confirmação permanente da nossa identidade própria. São, assim, necessários sempre dois para que haja uma completude identitária.

Pode ser assim entendido o conceito de um Deus, central à maioria das religiões, Deus esse que nos vê a todo o momento e nos ama. Ser visto significa que se existe, e ser visto por alguém que nos ama é receber os contornos directores daquilo que nós próprios desejamos intrinsecamente ser."

13/07/2009

Dias felizes

Decidiram ir morar juntos porque era-lhes insuportável continuar a acordar todos os dias longe um do outro.

Queriam despertar e testemunhar a luz matinal em simultâneo e com o mesmo olhar. Achavam que q
uando as pessoas moram separadas, não vêem as coisas de forma idêntica. E mesmo que mais tarde falem sobre o mesmo assunto, o facto é que o momento virginal já passou e foi vivido de forma desigual; perdeu-se a magia da união de sensações. Decididamente, não é a mesma coisa!

Queriam olhar um para o outro e enternecerem-se com as caras ensonadas e marcadas pela pressão nas almofadas, os cabelos naturalmente em desalinho, os pijamas amarrotados (às vezes descosidos), e com todas essas pequenas coisas simplesmente rotineiras (ou simplesmente maravilhosas?) que fazem o acordar diário para a vida.

Queriam começar o dia com muita energia positiva, trocar carícias e repetir vezes sem conta o quanto se amavam e precisavam um do outro, e quão boa era essa cumplicidade e dependência!

Queriam de mãos dadas agradecer a Deus, todos os dias, profunda e sentidamente, a Graça de os ter cruzado no mesmo caminho e de ter permitido que se encantassem imediata e mutuamente, como verdadeiras almas gémeas.

Queriam também agradecer um ao outro a perseverança da insatisfação, da procura e da espera, pois se conformadamente tivessem desistido nunca teriam tido a ventura desse encontro.

E apesar do passado escrito em cada um, conseguiram manter a candura de sentimentos e os seus corpos imaculados para o amor que se tinham prometido.

Sempre acreditaram que a sua união foi talhada no céu, nesse céu que é a esperança escondida no peito de quem espera e conhece intimamente o poder mágico de um sonho guardado.

Descobriram que afinal é possível dar-se integralmente e mesmo assim viver em plenitude.
Este era agora o tempo deles e eles iriam sorvê-lo.

21/05/2009

O teu dia

Hoje é o teu dia, homem de Maio, meu amor-perfeito.
Dia de festa e de celebração. Porque ainda é Primavera e um novo ciclo começa. Porque estamos vivos e unidos pela vida.
Que sejas imensamente feliz!

16/03/2009

Um lugar para o amor

Anteontem, numa entrevista sobre uma peça em cartaz, ouvi o João Mota dizer que "nos dias de hoje ama-se muito pouco". É verdade, ama-se pouco, e mal, o que é amável verdadeiramente.
A cultura urbana continua a amar demais o que não se leva para a cova e que não engrandece esta experiência de vida. Ama-se o superficial, os sinais exteriores, o status, o umbigo, a adulação, a auto-imagem. Ama-se a dissimulação, a mentira, as máscaras sociais, o jogo do oportunismo e do tirar partido, a visibilidade a que preço for. Ama-se muito uma pretensa esperteza e inteligência que anda a vigorar de forma prepotente e que tem as suas bases não na sabedoria, mas numa cultura informativa descartável diariamente, não no sentimento e sensibilidade, mas no raciocínio cartesiano e numa lógica matemática completamente desligados do núcleo emocional, não no humanismo de partilha e dádiva, mas num humanitarismo artificial, criado politicamente, no qual a solidariedade não é uma acção mas um conceito utópico, ou mesmo uma arma de luta em nada filantrópica.
Deixemo-nos de tretas. O amor embaraça. Há até quem o esconda e não é por medo que seja roubado, não; é por intimidação mesmo. Muitos olhos preferem ver o amor como uma fraqueza de espírito, porque o amor como força vital exige mudança, acção, transformação; é isso que nele intimida e amedronta. E a nossa resistência à mudança, profunda, brutal, irascível, rejeita-o na revolução e na verdade que ele exige.
Privilegia-se muito a agilidade mental, o discurso cerebral, a eloquência verbal. Toda a retórica política assenta aí. Os debates parecem-me festivais discursivos. Cada um tentando ser mais convincente do que o outro na busca de argumentação acusatório-defensiva.
Tão pouco inovadores, tão pouco originais, tão pouco convincentes humanisticamente. Tudo me soa a falso. Tudo me cheira a egos exarcebados.
Nada me convence (e provavelmente o mal estará em mim...) que sejam estes políticos cerebrais capazes de nos fazer sair desta crise social, moral, espiritual.
Como é que um político com uma mente completamente dissociada do sentimento poderá ser verdadeiro?
Para mim, e a menos que surja algum Mestre, a política patriarcal já deu o que tinha a dar. Apraz-me ver lugares de destaque ocupados por mulheres. Não sei se serão estas as mulheres; mas é a energia feminina a abrir caminho que me interessa, a que consegue aliar sentimento e razão e unificar pensamento, discurso e acção.
Precisamos de uma política que saiba nutrir, que saiba ouvir. Que seja menos orgulhosa, que saiba perder em razão para ganhar em paz. Que seja sentimental.
E só mesmo a mão do feminino encontrará na política um lugar para o amor.

20/02/2009

Um lugar que todos querem

Amor à arte, amor à escrita, amor ao teatro... o teu amor feito obra, a tua obra feita espectáculo por todas estas pessoas que lhe dão corpo e vida.
E o meu amor feito admiração e ternura por ti, homem de Maio...

23/01/2009

Beijos

Beijos de amor, beijos de amantes, beijos de amiga, beijos de noiva, beijos de homem e de mulher. Beijos de mar, beijos de vento, beijos de rua, beijos que envolvem, beijos que dançam, beijos que voam, beijos sonhadores, beijos coloridos. Beijos alegres, beijos que aquecem, beijos que perdoam, beijos doces, beijos demorados, beijos serenos. Beijos de mãe, beijos de filha, beijos de pai, beijos de irmão, beijos de avó, beijos sem idade. Beijos no cabelos, beijos na mão, beijos no rosto, beijos na boca, beijos no corpo. Beijos de paixão, beijos que arfam, beijos que excitam, beijos que sorvem, beijos quentes, beijos molhados, beijos de fogo, beijos de vida, beijos de macho e de fêmea.
Beijos, beijos, beijos, beijos... beijos meus. Beijo-te de todos os meus beijos, agora teus.

25/11/2008

Simples

Talvez pareça simples dizer que o caminho se faz caminhando. Tal como dizer que amar só se aprende amando.

18/11/2008

H.M.

Lembro-me da tua indecisão em aceitar o convite para vir a Lisboa. Vinhas dar formação em cuidados paliativos. Nessa altura, ainda pouco se falava sobre o assunto.

Estiveste quase para não vir. Não sabias se conseguirias fazer um bom trabalho, porque te iria exigir uma imensa entrega. Tu estavas em estado de choque e com uma enorme dificuldade de lidar com as tuas emoções.

Na semana anterior tinham-te diagnosticado uma neoplasia na perna. Como médico sabias que o veredicto era a amputação. Quando regressasses de Lisboa terias que enfrentar essa perda.
Sentiste-te frágil, estavas com medo.
Desta vez era a tua vida.
E ainda assim sublimaste-te e vieste, generosamente, e nos privilegiaste com a tua sabedoria e a tua presença compassiva, tão dignamente.

Dificilmente alguém poderá esquecer como estiveste em dádiva em todas as horas. Como as tuas palavras eram veiculadas pelo amor à tua missão e àqueles de quem cuidavas. Tocaste-nos de forma plena, profunda, partilhando as tuas vivências, as histórias de vida de tantas pessoas em fase terminal que ajudaste a partir e a quem proporcionaste viver em dignidade os últimos momentos. Foi a tua serenidade, a cadência afectuosa da tua voz, a grandeza espiritual que nos foste revelando ao longo dos dias, que enchiam a sala de um silêncio de escuta que jamais testemunhei.

Muitas vezes ao olhar para ti senti a presença de uma vontade numinosa levando-me para outro estado de consciência, o único estado onde a força Curadora se manifesta e actua. O lugar do nosso encontro.
E à noite, em silêncio, orava por ti e deixava que o espírito me guiasse.

Em cada momento de comunhão bebi as tuas palavras e apreendi a grandiosidade do amor, desse amor incondicional que escuta sem julgamento, que se entrega por inteiro, que tudo comunga, tudo partilha, tudo aceita, tudo perdoa, tudo cura.

Reaprendi que o grande momento de reconciliação com a vida é o de um Ser face à iminência da morte. A morte do outro, a nossa morte. A derradeira oportunidade de transformação.
É em presença dela que nasce a grande oportunidade de um Ser se revelar em plenitude, de se conciliar com a sua vida, com os outros, de deixar cair todas as máscaras, de se ver despido delas e aceitar-se, de abrir o coração à verdade e ao amor, de falar o que nunca foi falado, de perdoar e perdoar-se, de desfazer os nós de enganos que se foram tecendo no cordão da vida.

Disseste que as palavras curam, que é curando o outro que nos curamos também a nós. Que a cura é um acto de amor e que o amor é um milagre. Que em todo e qualquer momento o que mais queremos, a única coisa que realmente queremos, é sermos amados.
E quando as palavras faltarem ou já não forem necessárias, nunca deixes de dizer Amo-te. Diz Amo-te com o corpo, diz Amo-te com os sentidos, diz Amo-te com a alma. Mas não páres de o dizer até ao fim.

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Liguei-te com o coração nas mãos.
- H., diz-me como estás!?
- Queres saber onde estou? Na Torre Eiffel, com os meus filhos, pela primeira vez... vim celebrar.
- E os exames...?
- Estou curado... remissão total. É um milagre.
Não consegui falar, comecei a soluçar de emoção.
- D., é o meu milagre de Lisboa... Merci.

22/10/2008

C.

C., hoje estive lá, naquele mesmo lugar. Como poderia não me relembrar de ti, da primeira vez que te vi? o corpo curvado, o roupão branco com um maço de tabaco no bolso, o pijama azul, os chinelos que te deram no check-in, o teu cabelo fino e comprido colado à testa e às têmporas pelo suor e esse teu olhar triste, de abandono, tombado sobre nós, que desde logo me cativou. Lembro o teu sorriso doce, a tua voz murmurada, o teu jeito tímido, os teus dedos amarelecidos pelos cigarros, o contentamento quando te davam alta e a tristeza quando te via regressar, porque sabia o que isso significava. Mas depois, a alegria que brilhava nos teus olhos quando chegávamos! E sempre, sempre, esse afecto genuíno, essa cumplicidade partilhada, esse entendimento transcendente e sem explicação.
Não sei quantos meses, mas o tempo passou como sempre passa o tempo nestas situações, veloz na falta de piedade e lento pela acção do sofrimento.

Não a querias largar, sinto ainda a força da tua mão direita na minha, a angústia do teu corpo depositada nela, o anseio nos teus olhos, o reflexo do medo. O coração batia-me, não queria que me visses chorar, cantava uma canção de ninar, duas, três, queria sossegar-te, a voz saía-me como um sopro, fica em paz, não tenhas medo, segue a luz.
E tu seguiste-a, que eu sei. De noite vieste ter comigo envolto nela, grande, numinosa! acordaste-me para te despedires e consolidares definitivamente esta certeza profunda que se tornou a minha âncora no eterno.
Os anjos existem.

30/09/2008

Sem resposta

Não me lembro onde li qualquer coisa assim "Não sei o que me causa mais dor, se a ideia de tu morreres e eu sobreviver com esse sofrimento, se a do teu sofrimento quando eu morrer e ficares sem mim".
Não sei se me doeria mais a tua dor, se a minha.