Páginas

Mostrar mensagens com a etiqueta Afectos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Afectos. Mostrar todas as mensagens

25/04/2009

A visita

Vi entrar uma menina com o cabelo castanho claro, uma mecha presa do lado direito com um elástico vermelho, caindo-lhe delicadamente sobre o rosto. Tinha um vestido com flores cor de-rosa e branco. Trazia uma flor na mão que parecia um malmequer, mas era vermelha.
Senti um grande carinho por ela quando os nossos olhos se encontrarm. Sorri e dei-lhe uma festa. Ela sentou-se ao meu lado, silenciosamente, e com alguma timidez de gestos tocou-me na mão.
Perguntei-lhe como se chamava e que idade tinha: "Vera, quatro anos". Ofereci-lhe um copo de água, disse que sim. Quis saber o que andava ali a fazer, "a passear", e se havia alguma coisa especial que procurava, "sim, um amigo para brincar". Eu disse que não podia dar-lhe esse amigo, mas que enquanto ele não aparecesse ela poderia visitar-me sempre que quisesse, para conversarmos e brincarmos. Ela anuiu e saiu devagar, dizendo que tinha lá fora um presente para mim.
Trouxe-me uma caixa embrulhada em papel vermelho e um laçarote branco.
Dentro dela estava o meu coração escrito com palavras douradas: "Cuida bem de mim. Cuida bem da tua criança interna".

21/01/2009

Sem sintonia

As pessoas às vezes não se entendem. E em cada desentendimento há uma impossibilidade de contacto.

Não entrando em contacto, não se sentem, não se sintonizam na mesma frequência. É um grande fracasso de comunicação.

Muitas vezes vivem na convicção de que comungam os mesmos princípios e valores. E só o tempo e a maturação revelarão que eles, afinal, colidem.

Mas ainda assim, une-as o afecto. E por ele criam o pensamento “milagroso” de que as dificuldades são transponíveis per si, não percebendo que isso ainda dificulta mais uma comunicação efectiva e realista.

Têm consciência da presença de uma certa tristeza causada por essa dificuldade, mas ela é encarada como natural, como se fosse parte integrante do próprio crescimento relacional.

De facto isso é verdade quando a comunicação possibilita-lhes uma interacção e convivência saudáveis, espontâneas, e a tristeza surge ocasionalmente como reacção a obstáculos.

Mas quando a comunicação falha não se geram cumplicidades, a resolução das diferenças é dificultada, a tristeza torna-se permanente.

E assim se instala a ansiedade e a frustração de se estar com alguém que não se sente perto. Que talvez não esteja sequer próximo.

20/10/2008

Ronrom

Sinto-me uma espécie de madrinha babada e esqueço-me do tempo quando fico a olhar estas criaturinhas amorosas e fofas a brincarem e a saltitarem pelo terraço.
Fazem-me ir às lágrimas, tanto pelo coração, como pelo riso...