Com alguma frequência ocorre-me uma pequena história que retrata a forma como tantas vezes transferimos para os outros o peso do nosso sentimento de culpa (há alguns anos substituí, no meu discurso, culpa por responsabilidade, mas neste contexto a primeira tem mais propriedade), evitando dessa forma o confronto connosco mesmos e impedindo-nos de assumir honestamente a causa e consequência das nossas acções. A passagem da carga para outros ombros torna-nos leves, mas naturalmente atrofia o nosso processo de consciencialização. Uma vez liberta esquecemo-la prontamente, dando permissão a que os mesmos erros se repitam. Precisamos olhar para dentro, com olhos bem abertos.
Luís dava voltas e não conseguia dormir. A mulher, apercebendo-se da sua agitação, pergunta-lhe o porquê.
- Termina amanhã o prazo combinado para devolver o dinheiro que devo ao João, mas ainda nem o tenho!
Passado uns segundos levanta-se, abre a janela e grita:
- João!!! João!!!!
Do outro lado da rua abre-se uma janela:
- Que escandaleira é esta? O que se passa?
- É só para dizer que não vou pagar-te amanhã.
E fechando imediatamente a janela:
– Pronto, agora quem não dorme é ele!
Luís dava voltas e não conseguia dormir. A mulher, apercebendo-se da sua agitação, pergunta-lhe o porquê.
- Termina amanhã o prazo combinado para devolver o dinheiro que devo ao João, mas ainda nem o tenho!
Passado uns segundos levanta-se, abre a janela e grita:
- João!!! João!!!!
Do outro lado da rua abre-se uma janela:
- Que escandaleira é esta? O que se passa?
- É só para dizer que não vou pagar-te amanhã.
E fechando imediatamente a janela:
– Pronto, agora quem não dorme é ele!
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