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18/01/2011

Upgrading politics

“Não podemos resolver os problemas de hoje com a mesma mentalidade com que foram criados”. Disse Einstein.

Se apostarmos nos mesmos políticos que há anos se encontram institucionalizados e viciados nas mesmas formas de actuação e gestão, compadrios e conluios, muito dificilmente teremos uma governação upgraded.

Mesmo que viessem os vampiros – agora tão em voga – sugar-lhes o sangue, a ver se lhes nascia novo, tinha as minhas sérias dúvidas. Isto já não vai com transfusões; nalguns casos teriam que ser lobotomias totais; noutros casos, um resurfacing mental (resurminding, portanto) poderia ser o suficiente para um update, mas nunca para um upgrade.

Quando eu ainda acreditava no pai natal, achava que se os governos fossem holísticos a governação seria quase perfeita. Imaginava eu que seria possível criar uma partido único – holístico – com as melhores pessoas de cada partido, não havendo nenhum com mais representatividade do que outro (acabando-se logo com a primeira fonte de discórdia).  Se algum dos constituintes do PH fosse apanhado em incumprimento de promessas, em compadrios, favorecimentos, ou qualquer forma de corrupção, seria automaticamente substituído por outro representante do respectivo GP (grupo partidário) que o havia nomeado. Para além disso, ficaria sujeito à pena mínima obrigatória de um ano, a prestar serviço cívico e a auferir o salário mínimo nacional (a pena seria sempre decidida por referendo nacional e poderia ser mais longa, mas nunca reduzida) e nunca mais poderia concorrer a representante do seu GP.

Hoje, já mais crescidinha, é-me tão fácil acreditar no gordinho de fato vermelho, como nos “melhores” de cada partido: ambos são ficção.

E é a minha maior convicção de que este país só teria a ganhar se esta classe política utilizasse o pingo de vergonha na cara que lhes resta e se pusesse a andar (demitam-se, reformem-se, o que quiserem). Como talvez dissesse o Manuel Moura dos Santos, se presidisse a um casting governamental, “vocês de política não pescam nada, arranjem outra actividade, vão cavar batatas por exemplo”.

E como estou verdadeiramente cansada do patriarcado – na política, no tecido empresarial, na igreja, na cultura – pela demonstração excessiva daquilo que (não) vale, anseio a que nos próximos anos o upgrade da nossa sociedade se faça pela energia feminina. Urge, urge, urge!