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23/04/2010

Cotas em dia

Há uma lacuna entre a idade jovem, que a sociedade dita ser até cerca dos 35, e a idade senior que, subentende-se, começa aos 65 com a reforma.
Temos, portanto, um intervalo de 30 anos em que supostamente já não somos novos (apesar de o nosso espírito dizer que sim), ainda não somos velhos (apesar da vista cansada e outras coisitas já o quererem anunciar), estamos madurinhos mas não gostamos de nos encaixar no rótulo impreciso e foleiro da "meia-idade". Gentilmente os ainda mais jovens, talvez sensíveis à nossa sensibilidade e num vislumbre do que lhes reserva o futuro, referem-nos com este tolerável - mas não menos impreciso e preconceituoso - título: "cotas".
O porquê de chamarem tal coisa aos passageiros desta faixa etária, a qual eu inequivocamente denominaria l' age suprème por mil e uma razões (a começar pelo glamour do nome), era uma ignorância que eu queria colmatar.

Aqui fica, para pôr o conhecimento em dia. "Cota" em Angola designa «o mais velho». Tem origem na palavra "díkota", do Quimbundo (língua bantu de Angola), com o mesmo sentido.

22/04/2010

Verdadómetros

Detector de mentiras para TV
O programa de actualidades "This Week", emitido pela cadeia norte-americana ABC aos domingos de manhã, vai acrescentar uma funcionalidade online que os convidados políticos poderão não apreciar: verificação de factos.
Os produtores do programa estão em conversações com o website politifact.com para aplicarem o "Verdadómetro" do site (verdade, meia-verdade, mentira, "dentes a cair") aos responsáveis governamentais e legisladores entrevistados.
In i, 20/04/2010

Quando os houver nas nossas televisões, haverá alguma dificuldade em encontrar candidatos a entrevistados. Penso eu de que...

Crença

Não importa saber se nós acreditamos em deus, o que importa saber é se deus acredita em nós.

Mário Quintana

21/04/2010

Em lado nenhum

Quando eu era pequena tinha a capacidade natural de me ausentar do corpo se me sentia infeliz, ou se a vida não me estava a agradar. Deitava-me na cama, fechava os olhos e começava a observar-me respirar, como espectadora. Depois acontecia o clique, que eu não consigo explicar como era: observadora e observada separavam-se e lá estava eu do lado de fora, a ver o meu corpo deitado. Ficava ali a pairar numa outra dimensão e sentia-me tão serena! Pensava, 'já não é nada comigo, eu estou aqui, sossegada. Ali em baixo não sou eu, é outra coisa, uma cápsula'. Era assim que eu suportava a vida real, eu sabia que havia um outro lado.
Depois, também já não sei como, regressava a mim. Não adiantava não querer voltar; nesse movimento de retorno eu não tinha qualquer intervenção, quisesse ou não quisesse, eu era atraída em espiral para meu corpo.
Isso para mim era um processo natural e só muito mais tarde vim a saber que tem o nome de “saída de corpo” e que (porque os cientistas não o sabem explicar) é considerado um fenómeno paranormal (vulgo fantasioso, irreal e quiçá psicótico). Mas isso agora pouco interessa.


Tenho pena que agora já não se passe dessa maneira, que eu já não consiga evadir-me voluntariamente quando a vida me magoa e que, apesar do combate que lhe faço, a formação cartesiana ainda tenha o poder de sabotar processos intuitivos e naturais. Eu era mais feliz quando ficava a pairar, ou quando fazia viagens interestelares e me comunicava com seres superiores que me liam a alma, sabiam quem eu sou e me enchiam de uma energia muito forte chamada Amor. Eu tinha os canais abertos, sentia-me parte integrante do cosmos, sabia o meu verdadeiro nome, entrava na essência do meu ser.
Temo que seja um processo sem retorno, que tenha perdido a conexão, que a maturidade seja um lugar sem magia. Temo que nunca mais me volte a encontrar.

15/04/2010

Anúncios em prol do meio-ambiente

Esta campanha foi feita para a World Wildlife Fund. À medida que o papel acaba, o verde da América do Sul também desaparece, simbolizando o impacto ambiental que o uso de simples toalhas de papel é capaz de provocar, além de alertar para outros desperdícios que podem levar às mesmas consequências.

Este anúncio utiliza o movimento da sombra no cartaz para demonstrar como o aquecimento global levará ao aumento do nível dos oceanos.  

“Veja quanto monóxido de carbono deixará de emitir se não conduzir apenas por um dia". Esta é a mensagem que aparece na gigantesca nuvem preta presa ao tubo de escape, depois de cheia com o fumo expelido pelo carro durante um dia de utilização.


Diesel, a fabricante italiana de roupas, no fim de Janeiro fez publicidade em jornais, revistas e outdoors, com modelos vestindo roupas da marca num mundo afectado pelo aquecimento global: nas fotos vê-se o Cristo Redentor coberto de água até aos pés e Nova York praticamente submersa.

SAFE é uma instituição de protecção dos animais que faz várias campanhas para expor a sua utilização desnecessária em experiências e actividades comerciais. Os anúncios denunciam o uso das peles em botas, casacos e outros produtos.
"Use a electricidade com sabedoria", é o anúncio da companhia de energia Eskom, da África do Sul.
"A moda faz mais vítimas do que você pensa". Da Agência O & M, da Índia.

05/04/2010

Fica a pergunta no ar...

Esta pergunta foi a vencedora num congresso sobre vida sustentável:


"Todos pensam em deixar um planeta melhor para os  nossos  filhos...
Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"


Volte-face


01/04/2010

Renovação


É Abril, primeiro.
Mas o tempo renova-se sem enganos.
O universo não mente com as suas cores,
Nem o céu, nem as nuvens, nem o mar.
Em mim, a bonomia ressurge e olho-o amorosa,
Fundindo-me na imensidão do que é perfeito.
A vida agora revela-se, nua, alva, despida de mácula.
É Abril, o primeiro aqui, contigo.