Já passava das 12 badaladas. Aquela cinderela não tinha carruagem, nem sapatinhos de cristal, nem vestido adornado de laçarotes. Desceu pelo seu pé a calçada até à rua do santo, ao som compassado das botas pisando o passeio. Radiante, sentia alguma coisa pairando no ar e esse pressentimento trazia-lhe um sorriso feliz de dentro, animada por um bem estar quase irreal, como quem intui uma promessa prestes a cumprir-se. Como no conto, dirigia-se a um lugar animado por dança e música. Logo ali, ao entrar, a visão que lhe cativou os sentidos. No vazio da sala, um único homem enleava-se solitariamente num dançar feito de ritmos quentes e sensuais, esperando o seu par. Percebeu-a, logo à chegada. E iluminando-se com o sorriso mais bonito que alguma vez ela havia visto, foi buscá-la para dançar. E assim aconchegados um ao outro como se fossem a sua própria casa, reconheceram na força daquele abraço a magia do encontro.
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