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23/01/2009

Rua sonâmbula






Poesia de Agnaldo Lima

A tua alma flutua,
e escandalosamente nua invade a rua,
deixando no ar o cheiro dos teus cabelos.
Na sonâmbula rua, que é tão tua,
revejo os momentos passados entre os teus braços e os meus.
O calor dos teus afectos ainda palpita no meu peito,
como se fora tatuagem esculpida por um anónimo deus.
Quais outros braços aconchegam-te
nas noites que já foram nossas?
Quais outros lábios sussurram nos teus ouvidos
os segredos que já te contei?
Vou dormir e sonhar!
Minha alma irá ao teu encontro
e numa esquina qualquer dessa rua que é tão tua,
se fundirá com a tua alma.
E juntos habitaremos a cidade,
fantasmas que somos de um tempo que já passou.

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