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18/07/2008

Talvez sem juízo...

O amor existe e é lindo vê-lo por aí por todo o lado, à espera de ser encontrado. Ele manifesta-se de várias formas, esconde-se, espreita, dá-se a conhecer, avança, recua e às vezes exaspera, desespera, confunde! Conseguiremos reconhecê-lo?
Quando queremos muito encontrá-lo, sim. Mas depois quando ele se instala e nos absorve por inteiro, vem o medo da entrega que ele exige e os nossos mecanismos de defesa disparam logo: “Ai, se calhar é paixão ou dependência de afectos, e não amor...”, também “pode ser só uma necessidade do ego e não um sentimento puro de um coração crístico...”, ou ainda “e se em vez de um encontro de almas gémeas for o de almas carentes e necessitadas à procura de um elixir terapêutico?”.
Mas o amor pode ser/ter tudo isto, ou não pode?
Pois ... a dúvida é necessariamente fruto da actividade racional e da insegurança, mas a partir do momento em que ela se instala o amor está “feito”... porque é questionado, amputado, cortado às tirinhas!
Gostamos de acreditar naquele padrão celestial que diz que o amor que é amor nunca se questiona: ele É, simplesmente, e é benigno, pacífico, transformador.

Muito bem. Mas tal como nós, gente dividida entre o celestial e o terreno, o amor também tem lá o seu lado humano com laivos de imperfeição e de inquietude. E na verdade, nada do que é transformador é muito pacífico...
Fomos sempre levados a considerar que o amor, per si, é sério, responsável, adulto, maduro e sabe sempre qual é o melhor caminho.
Mas... e se ele não tiver juízo?!

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