Quando eu falo em não matar e não comer animais, muitas
pessoas argumentam equiparando-os a vegetais. Mas em consciência, sei que não
acreditam que mamíferos, legumes, aves, frutas, sejam idênticos. Um cão, um golfinho e
um cavalo, não são confundíveis com uma banana, uma beterraba, ou orégãos. Da
mesma forma que um ser humano não se confunde com um repolho. Os animais são seres sencientes; simplesmente não falam, nem
raciocinam da mesma forma articulada como nós o fazemos. Mas isso não os faz inferiores nem disponíveis para o que quisermos fazer deles.
O que são seres sencientes? Seres que sentem dor e prazer
psicofisiológicos, e emoções afins às humanas, possuindo também consciência, conforme a recente Declaração de Cambridge: http://fcmconference.org/img/CambridgeDeclarationOnConsciousness.pdf
Seríamos capazes de comer uma vaca depois de termos tido uma
conversa em que ela nos contava como tinha sido afastada da
sua cria à nascença, e que a mesma tinha sido imediatamente morta só para que ela
- vaca - continuasse a dar leite para os humanos beberem? Uma conversa faria
uma grande diferença... E é por causa dessa mudez que nós temos que ser a sua
voz.
Pelo facto de os animais não falarem, não acederem à
internet e de não terem a capacidade de destruir o mundo, nem de usarem armas
para se matarem uns aos outros - como os humanos - consideramo-nos superiores.
Mas não somos superiores na inocência, nem na autenticidade, nem na capacidade
de viver em comunhão com a natureza e os seus ciclos. Nem talvez sejamos assim
tão inteligentes como pensamos - temos usado as nossas capacidades cognitivas
de forma gananciosa e competitiva, trazendo destruição e conflito ao mundo.
Mas talvez estejamos agora em posição de mudar os paradigmas e focalizar a nossa
energia na pacificação, tentando ver com clareza de intenções em que medida as
nossas crenças, hábitos e opções, contribuem para o que - em consciência - não
queremos nem para nós, nem para o planeta.
Podemos ter passado uma vida inteira à margem destas questões –
conduzidos pela cultura vigente sem a questionarmos – mas depois de despertamos, sentimos um impulso para a mudança que não nos permite voltar atrás.
Habitualmente não comemos cão, cavalo, ou gato, porque os
consideramos especiais. Mas na verdade, estudos científicos provam que os
porcos, carneiros, vacas, etc., são igualmente especiais e estão ao mesmo nível
de inteligência e sensibilidade que os animais ditos "de estimação".
E ao facto de certos animais não serem "estimados" e de comermos uns
em detrimento de outros, chama-se especismo. É uma escolha selectiva baseada
num julgamento de falsas premissas, porque na verdade não temos qualquer direito de julgar
e decidir que uns animais são para matar e outros para amar. Nem tão pouco os animais nos dão
essa opção, eles não nascem com etiquetas "comam-me" ou
"amem-me".
O especismo assenta no mesmo princípio em que se baseia o
sexismo, o racismo, o fanatismo religioso, e tantos outros "ismos". É
descriminação, separatividade, medo, dominação, abuso. Numa palavra, violência.
É nossa a opção do futuro.
2 comentários:
Seríamos capazes de comer um vegatal depois de termos tido uma conversa com algum insto e ele nos contar como tinha sido morto durante o plantio desse vegetal
a maioria dos animais falam,só que esse tipo de fala não é compreensivel ao ser humano,os animais tem um jeito de se comunicar com individuos da mesma especie
não comemos cão, cavalo, ou gato por que isso não faz parte da cultura do brasil
cite ou coloque o link desses tais estudos
e os insetos será que esses estudos também pesquisaram
O sábio pesquisa.
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