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25/04/2009

A visita

Vi entrar uma menina com o cabelo castanho claro, uma mecha presa do lado direito com um elástico vermelho, caindo-lhe delicadamente sobre o rosto. Tinha um vestido com flores cor de-rosa e branco. Trazia uma flor na mão que parecia um malmequer, mas era vermelha.
Senti um grande carinho por ela quando os nossos olhos se encontrarm. Sorri e dei-lhe uma festa. Ela sentou-se ao meu lado, silenciosamente, e com alguma timidez de gestos tocou-me na mão.
Perguntei-lhe como se chamava e que idade tinha: "Vera, quatro anos". Ofereci-lhe um copo de água, disse que sim. Quis saber o que andava ali a fazer, "a passear", e se havia alguma coisa especial que procurava, "sim, um amigo para brincar". Eu disse que não podia dar-lhe esse amigo, mas que enquanto ele não aparecesse ela poderia visitar-me sempre que quisesse, para conversarmos e brincarmos. Ela anuiu e saiu devagar, dizendo que tinha lá fora um presente para mim.
Trouxe-me uma caixa embrulhada em papel vermelho e um laçarote branco.
Dentro dela estava o meu coração escrito com palavras douradas: "Cuida bem de mim. Cuida bem da tua criança interna".

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