Voltei só para dizer que não quero ficar. Não quero a intolerância nem a inimizade, a falta de doçura e de humanidade. Não quero o tratamento de pessoas como objectos pessoais, úteis em algumas horas e descartáveis nas demais.
Não, não quero ficar. Não quero assistir ao engano, à ilusão, nem ouvir palavras sem doação. Não quero calar a agonia e o medo. Não quero estrangulamento, nem castração.
Não, não quero ficar. Não quero ser um bicho amestrado que se deita, levanta e sai, fiel ao treinador. Não quero submeter-me a nada que não seja expressão de amor!
Não, não quero ficar. Não quero mendigar escuta, ternura, respeito; não quero pedir nada que já seja meu por direito. Eu sou ser com alma, humana, inteligente, não quero perder-me numa espiral demente.
Não, não quero ficar. Não quero que qualquer acto ou opinião levante muros de fúria e agressão. Não quero ter que pedir licença para me envolver, viver, falar, respirar, amar...
Não, não, não. Assim não quero ficar!